Um Pouco Sobre a Dor



Vamos falar um pouco sobre a dor.
Não sei se é pelo período que me encontro ou sei lá.
Não é legal falar sobre esse assunto, mas, quem nunca passou por isso? Ah sim, os homens.
Estou na TPM. Queria poder encher a boca de chocolate até enjoar, mas não. Estou passando por um tratamento para combater ou pelo menos amenizar o crescimento das espinhas em meu rosto. Quando menina minha pele igualava-se a um bumbum de bebê. Hoje em dia não posso comer nada que deixe minha pele oleosa.

Estou tão nervosa e revoltada. Fico depressiva. Vontade compulsiva de comer doce o dia todo. Se pudesse ficaria na cama. Passaria minha tarde assistindo filmes de comédia romântica. Dormiria mais cedo e tentaria sonhar que sou uma cantora. Mas não é bem assim.
Observando em volta (em meu trabalho!) percebo que me sinto sozinha da mesma forma. Estou com pessoas que não conheço e que querem que eu os chame de família, só porque passam a maior parte do tempo comigo.

E foi assim que percebi que em minha vida toda fui sozinha.
Minha lista de amigos é previsível. Tenho somente 5 (cinco) amigos! É isso mesmo, meu caro amigo. CINCO!
Não passo a maior parte do meu tempo com eles por que: 1° Uma é casada, acaba de ter um bebê lindo e mora na Bahia.
2° Uma está noiva e o relacionamento está passando por uma turbulência. Hora da terapia de casal.
3° Um está cursando faculdade em Alfenas e agora que se tornou “popular” e “social” não se lembra de mim. Já que sou a beata chata, sem graça e criança.
4° Um foi embora recentemente para São José dos Campos. Entrou para uma faculdade e fez novos amigos. (Lembrando que não mencionei, mas vale... Fui lançada a escanteio novamente!).
5° e última... Fiz uma nova amiga também, mas ela trabalha comigo. Ela tem um namorado complicado e uma vida de pernas para o ar como a minha. Não posso fazer dela meu escudo. Ela também precisa de mim.
Homens, vocês não entendem, mas ficamos vulneráveis nesse período. Então sejam legais e educados se não quiserem levar a mão na cara ou um soco no olho.
Mal ou bem, sinto falta de algumas pessoas e de mim em especial.
Saudades da menina que tinha projetos e sonhos para realizar. Mas ando tão cansada e desisto facilmente de tudo o que quase conquistei.
Sou egoísta quando quero atenção só pra mim e quando quero ser o centro das atenções. Sou ignorante quando penso em um garoto que tirou 288 pontos na redação e entrou para uma faculdade federal enquanto eu que fiz de tudo e tirei 560 pontos nem fui convocada para a lista de espera. Sou ansiosa quando prometem algo e não cumprem. Na saída do trabalho. Em contar uma notícia. Em comprar um livro. Em assistir um filme ou aprender uma nova nota musical.
Sou arrogante em não se humilhar para pedir, agradecer e ajudar.
Às vezes paro pra pensar em certas palavras que disse sem pensar. No ímpeto de solução.
Queria ter nascido em uma família nobre. Conhecido um belo rapaz simpático e bom. Trabalhador. Que me cortejasse. Que apesar dos devaneios não desistisse de mim.

Queria constituir uma família. Ter uma casa no campo. Balanço. Uma árvore para descansar. Grama verde para piquenique. Vivo na época errada. Disso já me dei conta.
Não fiz nem a metade... Não passei nem por um terço do que me espera. E mesmo assim sei que não sobrará história para contar a quem quer que seja.
Pode parecer dramático o que estou lhe dizendo, mas acredite, penso nisso o tempo todo.
Todos têm uma história pra contar. Algo que as pessoas gostariam de saber e compartilhar. Que seja um exemplo. Uma visão futura.
Tenho uma visão turva quanto ao meu futuro. Sempre que escolho um caminho, algo pula dentro de mim e me desvio. Sinto estar andando em círculos.
Aos 25 anos vejo o quão chata e vazia é minha vida. Em grandes acontecimentos e festas. Sem amigos, sem diversão, sem assunto. Parada como água estagnada. Vendo tudo o que planejei e desejei a vida todo indo embora e não podendo fazer nada quanto a isso. E por mais que eu queira não posso mudar o que foi estabelecido. Cavei minha própria sepultura. Nada melhor do que armar a cama e se deitar nela.




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