É incrível o que você pode esconder
Tenho passado maus
bocados na família. Meus parentes tem o péssimo habito de não saber ouvir.
Querem ação e reação. Mas quando se trata de algo em que estejam emocionalmente
envolvidos: Ignoram e preferem não tocar no assunto.
A matriarca (minha
avó paterna) ganha o troféu de “fugitiva do assunto” do ano.
Minha mãe deixa a
teimosia falar por ela. Não entende que conselhos bons não dão em árvores e aos
montes e que devia ser vendido a quem praticasse e ouvisse.
Meu pai tem agido
feito adolescente a vida toda. A felicidade dele está acima de qualquer pessoa,
inclusive dos filhos. É do tipo cínico: “Todos devem parar de viver suas vidas
e envolver na minha!”. Ele quer ser amado, adorado, mimado e isso inclui o
famoso: ”Não quero saber como as pessoas estão. Meus filhos não merecem ter uma
vida, tem que viver a minha e por mim somente!”.
Sou uma pessoa
revoltada. Sim, sou e não nego! Há 26 anos que enfrento e separo brigas físicas
e emocionais entre meus pais.
Sempre sou a
última a dormir, porque tenho que esperar a volta deles pra casa (e eles nunca
levam chave pra abrir a porta).
Enquanto eles
curtem a ressaca do dia seguinte devido a farra da noite anterior, devo estar
acordada para limpar a casa e deixar tudo pronto desde a comida até minha mente
para ouvir as ladainhas.
Não posso defender
um sem que o outro se magoe e queira me jogar pra fora de casa.
Meus pretendentes
fogem da maneira que podem, porque já conhecem e presencia toda minha história.
A maioria pensa que por ter pais alcoólatras posso ser uma mulher fácil e do
mundo!
Tenho mundo
secreto: Meus livros, meu celular, meu notebook, minhas músicas e filmes. Não
estou “fugindo da realidade” como acreditam. Não é só uma zona de conforto.
Tenho mania de
achar que depois de tapas, socos e tropeços uma pessoa pode mudar e ser boa. Ou
cultivar uma parte da bondade escondida.
Por isso, amo meu
blog. Aqui tenho meu espaço. Posso desabafar e desabar quando preciso.
Assim como hoje,
após sair da cama (quase meio dia!). Chorei até me calar no banheiro. Ninguém
sabe! Não deixei que me ouvissem. Meus olhos estão inchados e “queimando” (é
como se tivesse coçado os olhos com areia).
O mais engraçado é
isso. Chorei tanto que as palavras sumiram dos lábios. Estão na cabeça e graças
a isso, estou aqui, nesse momento, digitando pra vocês.
Não curto postar
redirecionando a mim. Tudo o que posto é sobre o que está acontecendo, mas
sempre falo como se fosse uma segunda pessoa. Mas estou tão chateada que nem
consigo organizar as ideias. Ainda estou prendendo o choro!
Tenho necessidade
de conversar com alguém. Pelo menos se eu tivesse um namorado, parte desse
processo estaria resolvida. Não estaria em casa, em pleno Domingo, hibernando
no quarto, sozinha e com choro contido na garganta!
Ver um progresso é
difícil. Cansada de ser e estar sozinha. De não ter emprego. Não ter cursado
uma faculdade. E por ser eu!
Pensei que a
depressão tinha me deixado em paz, mas vejo que essa semana promete! Com a
cabeça ocupada ideias ruins não entrariam. Espero que passe logo! Porque dói
demais me sentir assim.
Uma canção que defina meu sentimento hoje!
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