(A Rosa Apaixonou-se pelo Cacto. Compreendia seus Espinhos) - ou Literalmente entre a Razão e o Coração

Querido coração,

Acho que precisamos finalmente ter uma conversinha. Temos entrado muito em contradição ultimamente e às vezes não entendo o que você quer me dizer.
Às vezes você aperta, sente saudade e eu não entendo mais nada.
Como pode isso acontecer quando a realidade já afirmou que não tem volta? Que não há intenções por trás dos atos?
Eu sei, eu sei, calma. Eu sei que você acha que têm, eu também achava! Tudo parecia tão óbvio!
Os carinhos, olhares (e que olhares!), os abraços, o cuidado, a atenção, sim, eu sei.
Tudo isso parecia tão claro de que eu era especial, diferente das outras, né? Eu também vi, revivi também já nossos momentos juntos.
Como pode né? Uma coisinha boba e já estamos nós novamente sonhando e vendo coisas que jamais vão acontecer.
Eu sei, dói falar isso. Mas como pode com toda a confirmação da verdade, você ainda apertar e dizer que é tudo mentira e que você sabe que não é assim?
Como é possível que não tenha nada por trás?
Eu sei, você acha que conhece, que entende os medos e espinhos e que acha que é só medo de se machucar, mas que no fundo ele quer o mesmo que você.
Eu sei, ás vezes parece mesmo. Eu vi também, naquela noite tão especial, um homem tão doce e frágil precisando de carinho.
Sim, eu vi e sinto saudades dele também. Mas não sei se verei aquele homem novamente, ele se esconde por trás de medos de um grande menino.
E aí, meu querido companheiro, são caminhos que não sei se podemos atingir!
Ainda vejo de vez em quando um breve lampejo desse menino, mas tão logo chega, vai embora com a mesma rapidez que chegou!
E como se nada tivesse acontecido! Como se aquela demonstração de carinho, de querer estar junto fosse normal e acontecesse sempre!
E aí machuca, né coração, você bem sabe.
A esperança e amor não dados que estavam guardados dentro da caixinha fechada de repente se sacodem e querem voltar a tona.
Mas não pode, coração. A realidade aqui fora é outra, temos que aprender a aceitar que tudo isso é coisa da nossa imaginação.
Calma, eu sei. Parece tanto que não é, que fica muito difícil aceitar a realidade.
Eu posso dizer que você, querido coração, sempre soube mais das coisas que eu!
Mas e agora? O que fazer quando a realidade está me mostrando uma coisa e você o oposto?
Porque você insiste em teimar que essa história não acabou e ainda está longe de chegar ao fim?
E pior, porque você insiste em dizer que estou fazendo a coisa errada em fugir disso, em esquecer?
Ficou tudo tão confuso quando você começou a apertar toda vez que eu me esclarecia e punha um ponto final!
Estava tudo resolvido, mas você insiste em dizer que não.
Eu sei que a nossa linguagem é um pouco diferente, mas será que não tinha como nos entendermos de vez?
De sua sempre discípula, razão.

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